As doenças cardiovasculares são atualmente o inimigo número um das mulheres, causando 1 em cada 3 mortes e crianças expostas a dietas não saudáveis
RECOMENDAÇÕES – Dr. João Saes Braga orienta alimentação saudável e atividade física – Foto: Ricardo Prado
Ontem, 29 de setembro, se comemorou o Dia Mundial do Coração e é neste dia que é importante lembrar que as doenças cardiovasculares (DCVs), incluindo doenças cardíacas e derrames são a maior causa de incapacidade e morte no mundo e no Brasil. Segundo o médico especialista em cardiologia do ICM (Instituto do Coração de Marília) João Saes Braga, estima-se a ocorrência de 300 mil a 400 mil casos anuais de infarto em nosso país, sendo que aproximadamente a cada cinco casos ocorre um óbito.
“A sociedade moderna, cada vez mais exigente em relação a produtividade e competitividade, associa uma dieta extremamente calórica, rica em gorduras ‘ruins’ e açúcar, a um estilo de vida cada vez mais “tecnológico” com smartphones, tablets e videogames supermodernos que desencorajam a prática de atividades físicas, justificam o aumento de mortes ano a ano”. O especialista aponta que atualmente, 17,3 milhões de pessoas morrem no mundo de DCVs a cada ano. Só em 2030, calcula-se que 23 milhões de pessoas morrerão anualmente de DCVs.
“É um equívoco comum pensar que doenças cardíacas e derrames apenas afetam idosos e homens. As doenças cardiovasculares são atualmente o inimigo número um das mulheres, causando 1 em cada 3 mortes e crianças expostas a dietas não saudáveis, falta de exercícios físicos e tabagismo são altamente vulneráveis ao desenvolvimento dessas afecções”.
A data 29 de setembro foi definida como Dia Mundial do Coração para que diversas organizações de saúde realizem palestras, exames, entre outras atividades em todo o mundo, com o objetivo que esse esforço coletivo possa ajudar pessoas mundialmente a levar uma vida melhor e mais saudável para o coração.
É fundamental o entendimento de que pequenas mudanças cotidianas podem ajudar a reduzir o seu risco de sofrer um derrame ou doença cardíaca. É preciso incentivar a alimentação saudável, atividades físicas e banir o uso do tabaco.
A prevenção ainda é o melhor remédio
A ideia mais difundida na última década pela medicina é a prevenção, por isso, em muitos casos, o melhor caminho para evitar enfermidades é a prática de uma vida mais saudável através de uma alimentação saudável e a prática de atividade física. Esse estilo de vida pode elevar a expectativa, minimizando efeitos do tempo e prevenindo o desenvolvimento de doenças. O médico cardiologista João Saes Braga destaca algumas dicas para mudar o ritmo do cotidiano com o intuito de melhorar a saúde.
1) Mantenha-se ativo
A falta de atividade física associa-se a outros fatores de risco muito graves como a obesidade e o diabetes. Crianças sedentárias tem risco aumentado em desenvolver doenças cardíacas quando adulto. Atividade física moderada-intensa por 30 minutos 5 x semana reduzem o risco de doença cardíaca e derrame.
2) Tenha uma dieta saudável
Evite alimentos processados que geralmente contém alto teor de açúcar, sal e gorduras saturadas. Procure comer em porções menores, com maiores porções de frutas e vegetais e menores porções de carboidratos e carnes. Uma dieta saudável rica em frutas e vegetais, ajuda a prevenir doenças cardiovasculares e derrames.
3) Abandone o cigarro
Um em cada 2 fumantes morrerá de doenças relacionadas ao tabagismo. Procure um profissional de saúde para auxiliá-lo a abandonar o hábito de fumar. Parar de fumar e evitar o fumo passivo reduz o risco de doenças cardiovasculares e derrame.
4) Evite o estresse emocional
O cultivo da felicidade, do otimismo e da espiritualidade pode levar não apenas ao bem estar subjetivo, mas também ao equilíbrio. A saúde física do coração está relacionada à saúde psíquica emocional. A atenuação do estresse psicológico reduz o risco de doenças cardiovasculares e derrame.
5) Conheça seu risco
Procure um médico e realize exames regulares (pressão arterial, níveis de colesterol, glicemia, peso, exames funcionais). Sabendo dos riscos de doenças cardiovasculares é possível desenvolver um plano de ação específico para melhorar a saúde cardíaca.