Atualmente, as duas doenças que mais matam no mundo são as doenças cardiovasculares e os diversos tipos de câncer
Os professores da Faculdade de Medicina de Marília (Famema) Fábio Villaça Guimarães Filho e João Carlos Braga participam do 33º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), de 30 de maio a 1 de junho, na capital paulista. Trata-se do maior evento sobre Cardiologia da América Latina com cerca de 7.000 cardiologistas inscritos. Além de conferencistas, os profissionais atuarão como mediadores em mesas redondas.
O Prof. Fábio Villaça abordará “Avaliação Pré-Operatória nos Pacientes Cardiopatas”. Explicou o médico que muitas vezes um paciente portador de uma doença crônica do coração tem indicação para uma cirurgia não cardíaca, por exemplo, uma intervenção para corrigir uma hérnia. Cria-se então uma espectativa quanto a correta avaliação do paciente visando quantificar a possibilidade de possíveis intercorrências cardiovasculares.
“Diversos estudos têm proposto diretrizes para quantificar e/ou diminuir o risco de um paciente cardiopata frente à indicação de uma intervenção cirúrgica não cardíaca”, frisou.
Segundo ele, tais normas conduzem ao fato de que a decisão final de realizar ou não a cirurgia proposta dependerá sempre do julgamento criterioso da relação “risco x benefício” do procedimento cirúrgico em questão.
“Em casos selecionados de maior risco para eventos coronarianos um dos exames decisivos na avaliação é o Ecocardiograma de Estresse”, salientou o Prof. Villaça, que vai expor a experiência local, uma das mais expressivas do país.
Já o Prof. João Carlos Braga foi convidado para discutir o tema “Miocardiopatia pós-quimioterapia”, uma doença no coração que pode estar relacionada ao uso de medicamentos usados contra o câncer.
Atualmente as duas doenças que mais matam no mundo são as doenças cardiovasculares e os diversos tipos de câncer. Muitas vezes essas duas doenças coexistem na mesma pessoa. Além disso, alguns tipos de quimioterápicos podem mesmo alterar a função do coração, nesses casos é importante a interação dos especialistas de ambos os problemas.
Explicou o cardiologista que para a prescrição de determinadas drogas de uso em oncologia o paciente deve ser acompanhado com exames cardiológicos para se detectar alterações insipientes da contração cardíaca. “Um bom exame que se presta a isso é o Ecocardiograma, permitindo uma correta avaliação e por meio de medidas preventivas evitar um dano maior no coração”. Essa conduta preventiva tem se tornado uma rotina nos diversos serviços de oncologia da cidade a exemplo do que ocorre no mundo.
Ainda segundo o cardiologista, o grupo do ICM – Instituto do Coração de Marília foi um dos pioneiros nesses estudos no Brasil, avaliando crianças em tratamento no Hemocentro. Diferentes dosagens de quimioterápicos podem ter ou não ação prejudicial ao coração. As pesquisas realizadas em nossa cidade tem contribuído para avaliar melhor essa questão importante da dosagem do medicamento avaliando sua ação no câncer sem que ocorra o aparecimento de uma nova doença cardíaca.
“Liderados pelo colega Fabio Villaça, nossas observações tiveram grande destaque, e foram publicadas em revistas especializadas internacionais, e muitos desses estudos ainda estão em andamento”, finalizou o médico.